Uma semana depois e ainda continuava no mesmo lugar, muito magra, com frio e tremendo com o vento. Seu prato de ração e água sempre vazios, uma raiva profunda e vontade de te soltar daquela prisão animal, a sensação era muito pior do que a de um passarinho, ele ainda consegue voar pelo pequeno puleiro, mesmo sendo tão pequen, pelo menos tem algumas companheiras da sua espécie.
Um pequeno cão como você, só cabe um, aliás dois, junto com sua maior companheira a solidão de todos os dias que permanece por ali.
Um dia, subindo a rua vejo uma mancha marrom escura correndo, me assustei pensei que fosse um rato, olhei para a gaiola e cadê aquele monte de pêlo? Parei e fiquei olhando, esperando a mancha marrom aparecer, era a engaiolada correndo, tão feliz, sem limite algum de quem estava ao seu lado, tanto que nem deu bola, apenas sumiu e uma felicidade extrema com sua liberdade de segundos.
Voltava para casa pensando, como um ser humano consegue deixar um cachorro na rua, um animal não tem manifestação para expressar se está com fome ou sede, não sabe dizer que está se sentindo só e precisando de carinho, apenas na espera de alguém de bom coração ou quem sabe um protetor de animal como eu. Felizmente existem pessoas dessa índole pela cidade e mundo.
Algo forte dentro de mim, sem pensar em qualquer outra coisa, apenas na sua liberdade e felicidade, te adotei.
Chorando como uma criança com medo de apanhar, com medo do escuro e da solidão. Te soltei, te entreguei a liberdade, a alegria de um pequeno monte de pêlo com quatro patas correndo por um pequeno apartamento, recebendo carinho, comida e água.
Um final feliz para um deles entre os milhões abandonados, uma casa para te abrigar, protegida por pessoas que aprenderam a te amar com um simples olhar e afeto, hoje seu único objetivo é crescer como merece, forte e resistente para qualquer obstáculo.
Hoje você me tem e eu te tenho comigo.
Meu carinho e seu coração.
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